Sobre termos NHINCQ+ com ou sem flexões
Se um termo terminar com E em sua versão original, em geral, o final da palavra vai ser sempre E, ao invés de ser flexível.
Exemplos: ambiguine, autonomique, enlune, evolke, maverique, mavrine, spadille, tele, vexe, aueegêneros em geral
Se um termo terminar com outra coisa em sua versão original (geralmente -an, -ry ou -ic), em geral, mas sua tradução terminar em E, o final da palavra vai provavelmente ser flexível, com o final -e sendo apenas usado no sentido do uso do -e como linguagem neutra (assim como em palavras como todes, menine e blogueire).
Exemplos: já que a palavra pessoas é associada com as/elas/as, pessoas são arromânticas, bialternativas, diamóricas, duáricas, galdeicas, lunetianas, não-binárias, netúnicas, solarianas, vacuobinárias, etc.
Sobre termos NHINCQ+ com ou sem flexões
Finalmente, quero trazer a atenção para dois casos específicos (talvez tenham mais assim, mas são esses que me vêm à mente):
Traduções de androgyne / androgynous e xenic / xenique.
Androgyne é um gênero por si só, e portanto eu considero que seu final de palavra não muda. Exemplo: Ela é uma andrógine que usa a/ela/a.
Androgynous descreve algo/alguém com uma característica relacionada ao gênero andrógine, e/ou com uma característica de gênero que é uma mescla de/um ponto entre feminilidade e masculinidade. Portanto, considero que o final de palavra muda.
Exemplo: "Ele usa o/ele/o, mas se caracteriza como andrógino em relação à sua expressão de gênero."
Xenic é um alinhamento de gênero. Alguém xênique tem xenogênero como seu alinhamento de gênero. Como a palavra original tem sufixo -ic, imagino que seja uma paroxítona, e vejo sentido em usar -ique com final flexível na tradução, tornando a palavra uma proparoxítona.
Exemplo: Íli é xêniqui. Pessoas xênicas estão ficando cada vez mais comuns.
Xenique é um gênero xenino (com características de xenogênero) baseado em autonomia. O sufixo -ique vem de maverique, então considero que a palavra é uma paroxítona sem final flexível.
Exemplo: Aquela xenique usa tanto o conjunto a/ela/a quanto o/ele/o, mas ele não gosta muito dos que usam neolinguagem.
Notem também que considero os nomes destes gêneros como substantivos ("ela é uma andrógine", "ele é uma xenique"), enquanto considero andrógine (de androgynous) e xênique (de xenic) como adjetivos (ele é andrógino, íli é xêniqui).
Sobre errar o uso de termos NHINCQ+
Sinceramente, eu não vejo problema em "não escrever tudo certo", mas a questão aqui é que muita gente só erra quando tem a ver com questões NHINCQ+, mesmo quando a contextualização dos termos explicita quais possuem finais de palavra flexíveis e quais não possuem, e quais são substantivos e quais são adjetivos.
Neolinguagem tá aí pra ficar, termos específicos pra gêneros/orientações/termos juvélicos/expressões de gênero/etc. não vão sumir, então... vale a pena pensar um pouco antes de sair usando esses termos.
Eu também erro muito em relação à gramática, mas eu tento ao máximo ser coerente, não excluir pessoas à toa e corrigir meus erros com o tempo.